Wednesday, January 31, 2007

CAIXA DE CORREIO DO AL SUL

De : for.gif

É já dia 1 de Fevereiro a abertura da temporada!

Depois de alguns meses de paragem, é tempo de pensar já na próxima época.
Treinos, ferras e outros encontros vão marcar este início de temporada. Mas é já no próximo dia 1 de Fevereiro em Mourão que o Grupo de Montemor se apresenta para a sua primeira actuação.
A homenagem ao antigo elemento Manuel Augusto Ramalho marca este início de temporada. Não falte!
Homenagem a Manuel Augusto Ramalho abre a temporada 2007

Festival de homenagem a Manuel Augusto Ramalho abre temporada 2007, já no próximo dia 1 de Fevereiro na Praça de Toiros de Mourão.

Joaquim Bastinhas, João Moura Caetano e Marcos Tenório são os artistas responsáveis pelas lides a cavalo, rematadas pelas pegas a cargo do Grupo de forcados de Montemor. A pé está anunciada uma competição ibérica, Juan José Padilla, Javier Solís e António João Ferreira perante um curro de toiros da ganadaria local Dias Coutinho.
O antigo elemento do Grupo de Montemor, Manuel Augusto Ramalho conhecido por todos como Mano Augusto fardou-se activamente entre 1965 e 1979. Conhecido pelo seu carisma e boa disposição, marcou todos aqueles com quem conviveu, em especial a família montemorense.
O Festival Tauromáquico em honra da Nossa Sra. das Candeias realiza-se às 15.00 e com toda a certeza, será o primeiro grande encontro de 2007 de toda a "aficion" Portuguesa.

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De : EntaoEAssim entaoeassim@oninet.pt

Aborto e civilização

José Manuel Moreira

O aborto voluntário vai tornar-se uma das grandes questões nas sociedades ocidentais. O regresso do tema à tolerante Holanda é só mais um sintoma. O interesse com que entre nós se vive o sim ou não no referendo é disso bom sinal. Há diversas formas de entrar no debate: desde a inconveniência ou ilicitude do aborto à fé religiosa, para cristãos com força de convicção de uma moral universal. Há outra posição que pretende ter validade universal: a científica, embora também aqui as provas não sejam acessíveis à imensa maioria dos homens e mulheres, que as admite por fé (na ciência).
A minha preferida – na linha de artigo (1983) do filósofo Julián Marias – é outra, acessível a todos e independente de conhecimentos científicos ou teológicos que poucos possuem. É a visão antropológica, fundada na mera realidade do homem tal como se vê, vive e se compreende a si mesmo.
Trata-se da distinção decisiva entre “coisa” e “pessoa”, que se revela no uso da língua. Em todas as línguas há uma distinção essencial: entre “que” e “quem”, “algo” e “alguém”, “nada” e “ninguém”. Se entro numa casa onde não há nenhuma pessoa, direi: “não há ninguém”, mas não me ocorrerá dizer: “não há nada”, porque pode estar cheia de móveis, livros, lustres, quadros.
O que tem isto a ver com o aborto? Muito. Quando se diz que o feto é
“parte” do corpo da mãe, é falso, porque não é parte: está “alojado” nela, melhor, implantado nela (nela e não meramente no seu corpo). Uma mulher dirá: “estou grávida”, nunca “o meu corpo está grávido”. Uma mulher diz: “vou ter um filho”; não diz: “tenho um tumor”.
A pergunta a referendar, ao usar, em vez de aborto provocado, “interrupção voluntária da gravidez”, não só abusa da hipocrisia como se esconde sob a capa de despenalização. Os advogados do sim não gostam da comparação, mas com isto os partidários da pena de morte vêem as dificuldades resolvidas.
Podem passar a chamar à tal pena – por forca ou garrote – “interrupção da respiração” (e também são só uns minutos).
Há ainda as 10 semanas, como se para a criança fizesse diferença em que lugar do caminho se encontra ou a que distância, em semanas ou meses, da sua etapa da vida que se chama nascimento será surpreendida pela morte.
O mais estranho é que para os progressistas o aborto é visto como sinal de progresso, enquanto a pena de morte é de atraso. Dantes denunciavam a “mulher objecto”, agora querem legitimar a criança-objecto, a criança-tumor, que se pode extirpar, em nome do “direito de dispor do próprio corpo”.
O direito (com bons propósitos) serve para nos impedir de entender “o que é aborto”. Por isso se mascara a sua realidade com fins convenientes ou pelo menos aceitáveis: o controle populacional, o bem-estar dos pais, a situação da mãe solteira, as dificuldades económicas, a conveniência de dispor de tempo livre, a melhoria da raça.
A tudo isto acrescem as tentativas de abolir as relações de maternidade e paternidade, reduzindo-as a mera função biológica sem duração para além do acto de geração, sem nenhuma significação pessoal entre o “eu”, o “tu” e o “ele(a)” implicados.
Felizmente, ao pôr-se a nu a grave dimensão da aceitação social do aborto, facilita-se o regresso de temas que os “progressistas” julgavam de direita e, por isso, ultrapassados: a família e a natalidade.
Não devemos estranhar que os mesmos que sempre se equivocaram sobre tudo, desde a natureza do regime soviético a Cuba, passando pelo fim do trabalho e as nacionalizações, se encontrem agora, de novo, unidos no “sim” ao aborto (e no “não” ao sofrimento dos animais). E, ontem como hoje, acompanhados de idiotas úteis. Alguns, pelos vistos, “liberais”, que desconhecem que a noção de liberdade para o liberalismo clássico é oposta à de “direito a ou de”. Para T. Jefferson os seres humanos são independentes, mas não da moral; se a desafiamos, não somos livres mas escravos, primeiro das nossas paixões e depois possivelmente da tirania política. Que tipo de
governo democrático poderá controlar homens que não podem controlar as suas próprias paixões? Situação que piorará com a ilusão do Estado contraceptivo e a liberalização das oportunidades para a irresponsabilidade.
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José Manuel Moreira, Professor universitário e membro da Mont Pélérin
Society

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