…nos corredores da vila - 10 de Julho 2009
Passados uns belos dias de praia, regresso, com alguma energia, e chego à minha terra onde me deparo com algumas mudanças. Descendo pela praça, desloquei-me até ao parque de feiras, onde, pelo caminho, vi aquilo que não pude ver. Isto é, memória fértil. Tentei recordar, a todo o custo, o que estaria onde nada está. Mas é um facto que as coisas devem mudar, para melhor. É necessário que os lugares se requalifiquem e se remodelem.
É claro que a praça está despida, mas Deus queira que seja por pouco tempo. Está feia, mas esperemos que fique bonita, depressa. Este é o tempo de obras, o tempo de cumprir promessas, já que se aproximam as eleições… e não fossem os políticos homens de promessas. É, porém, normal que se façam críticas ao executivo, porque por natureza somos saudosistas, gostamos das coisas como sempre foram. Esquecendo que nem sempre foram assim, alguém fê-las assim… e não duram uma eternidade. Mas se me perguntassem se é a melhor altura para se fazer obras? Eu responderia, como muitos, que não! É tempo de receber os nossos conterrâneos e forasteiros, é tempo de férias, estamos envolvidos na crise, etc. Este não seria, de forma alguma, o tempo ideal para obras. Deveria aguardar-se pelos tempos de bonança.
Quanto ao parque de feiras, reparei ali numa calçada inacabada. Em plena Expo 2009. Era desnecessário ver-se obras. Pergunto: qual foi a ideia de começar obras antes da Expo? Porque não iniciaram as obras com mais tempo para poderem ter finalizado antes da Expo e assim mostrarem trabalho feito? Ou, então, porque não começaram as obras depois da Expo?
Mas a curiosidade a quanto me leva! Se fico contente pelas novas obras (sinal que algo está a mudar – por interesse ou não), fico muito triste porque se iniciam umas (obras) e não terminam outras. É o caso da Biblioteca, do Campo Desportivo entre outras. Deve repensar-se se é pertinente ou não construir sem possibilidades de acabar. É que o facto de construir e não acabar revela alguma irresponsabilidade, má gestão do dinheiro público, incompetência, bem como má organização. Ora, e se assim é, a quem se deve atribuir culpas desta inoperância?
Quer se queira, quer não, há alguma urgência apostar na mudança. O Alandroal está a crescer. É a verdade! Mas é um crescimento lento e duradouro. A tal ‘energia para crescer’ parece ter-se tornado ilusão. A “Máquina” não está a cumprir o prometido. Os jovens, por outro lado, tendem afastar-se do concelho porque aqui não encontram emprego/trabalho, porque não há oferta. E os que conseguem é à custa de padrinhos e tachinhos.
João Grilo, recentemente, numa entrevista ao Jornal Registo afirmou que “no Alandroal está tudo por se fazer” e que o executivo não “criou uma estratégia de desenvolvimento”. Se por um lado, não é de todo verdade que está tudo por se fazer, porque há trabalho feito; por outro, a falta de estratégias é bem verdade. O desenvolvimento seria muito benéfico para o concelho de Alandroal e aí se poderia criar muitos postos de trabalho. Daí que pense que, depois de oito anos de mandato, o executivo tem-se revelado imaturo e inoperante. Talvez isto se deva à ausência permanente do Presidente do Município, às suas preocupações com as coisas do além.
Na continuação da entrevista, o cabeça de lista do M.U.D.A. refere, sem esclarecer, que as operações médicas em Cuba são “uma forma de gastar muito dinheiro para condicionar o voto dos idosos”. Nesta linha, tenho ouvido e lido que o próprio João Grilo, enquanto Vereador, apoiou e concordou com estas viagens. Se concordou ou não, não sei. Talvez até tenha concordado (por pertencer ao executivo), chegando, posteriormente, à conclusão que não seria a melhor maneira de gastar o dinheiro público, porque quer queira quer não – estimado leitor – estas coisas de viagens para Cuba são muito dispendiosas – independentemente de ajudas ou não. Segundo se consta, bem pertinho, do outro lado da fronteira, também existem clínicas, bem mais baratas e com a mesma eficácia. Ou, talvez até não tenha concordado, e agora dizem que concordou. Na verdade, estas coisas dentro de instituições públicas são um dizem que disse, e não dizem que disse nada.
Concluo que, tenho muito apreço pelos idosos. Eles merecem muito de nós! E os jovens? Também! Criem condições para os jovens! Serão eles o futuro do concelho. Se assim não for, arriscamo-nos a perder nossos jovens, aqueles da nossa terra. E para colmatar, recrutam-se jovens de outros concelhos.
Já agora que andam a requalificar lugares públicos, porque não requalificar o jardim de São Pedro, deixá-lo mais bonito e mais vivo? Ou, então, construir outro jardim noutro lugar e aproveitarem aquele espaço para outras coisas.
Cumprimentos a todos os alandroalenses e unamo-nos por um CONCELHO MELHOR!
Por: Trevor 12
Friday, July 10, 2009
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